Liliana Liviano Wahba
A noção de alteridade possui uma fundamentação arquetípica/ontológica e, no entanto, é dificilmente alcançada no convívio social. A reflexão proposta aborda o tema dos limites da tolerância e da proliferação de intolerância e radicalismo perpassadas pelo fanatismo e suas disrupções sombrias imbricadas pela crueldade. Propõe-se que a vinculação entre alteridade, tolerância e aceitação do outro implica na aceitação da ansiedade existencial e no enfrentamento da incerteza.
Claudia Morelli Gadotti
O presente artigo faz uma interpretação da imagem arquetípica de Sofia como um símbolo de inclusão e tolerância. Para o desenvolvimento dessa ideia, baseia-se na reflexão de C. G. Jung em relação ao escrito bíblico Livro de Jó. Sofia é apresentada como uma força arquetípica que se contrapõe à dinâmica de Narciso, tão presente nos dias atuais. O autor reflete sobre as definições do Bem e do Mal, ideias que inevitavelmente emergem quando o tema é inclusão.
Marcia Aparecida Lopes Amorim Silva
Simone Rodrigues Neves
Esta pesquisa propõe-se a investigar o sentido da escolha pelo curso de Psicologia em alunos na segunda metade da vida, tendo como referencial teórico a psicologia analítica, proposta por Carl G. Jung. Observando o número significativo de alunos universitários no curso de Psicologia entre 40 e 55 anos e compreendendo que nesta etapa do desenvolvimento humano ocorrem transformações e questionamentos existenciais profundos, buscamos entender a vivência desses estudantes, os determinantes da escolha, as expectativas e o projeto de vida. Assim, nos apoiamos numa pesquisa qualitativa fenomenológica realizada com seis alunos de Psicologia matriculados em uma instituição particular na cidade de Uberlândia. Optamos pela entrevista aberta e, posteriormente, procuramos identificar as unidades de significado apresentadas. Verificamos que os fatores que influenciaram a escolha pelo curso de Psicologia correlacionam-se com o processo de individuação.
Tecendo Símbolos da Relação Primal À Luz da Teoria de Erich Neumann – Paulo Henrique Nogueira Lima – Thais Cristina Rades
Este ensaio propõe a análise simbólica da obra cinematográfica “O quarto de Jack”, entendendo-a como uma alegoria para explicitar a relação primal entre mãe e bebê, descrita por Neumann. Elementos dessa história, tais como a inconsciência do mundo externo pela criança e o período de isolamento em que se mantém circunscrito a seu mundo privado, semelhante a um útero psíquico, característico desta fase, levaram-nos a concluir que ela pode ser considerada um excelente representante simbólico desta teoria, tanto pelos aspectos visuais e linguísticos quanto pelo desenvolvimento cronológico.
Claudia Morelli Gadotti
Maria Beatriz Ferrari Borges
Sonia Maria Duarte Sampaio
O presente artigo propõe uma reflexão sobre a questão do feminino nos transtornos alimentares, correlacionando-os com a problemática da contemporaneidade. Inicialmente buscamos delimitar as características deste momento para depois ampliar nossa compreensão sobre como este contexto dialoga com a sintomatologia alimentar e o feminino arquetípico.
Zilda Gorresio
Este artigo tem como objetivo traçar um paralelo entre o conceito de inconsciente coletivo da psicologia analítica e a concepção de natureza dentro da tradição filosófica. Tenta demonstrar a proximidade do pensamento analítico, no que se refere à concepção de Natureza e inconsciente, com a concepção de Natureza no Romantismo alemão e na filosofia grega.
Nairo de Souza Vargas
O autor realiza um passeio pelas origens da alquimia e por sua existência em diferentes culturas e em diferentes épocas. Reconhece a alquimia como originando-se de técnicas mágico-míticas, que surgiram com o despertar da consciência. As diferentes alquimias incorporam diferentes sabedorias, que buscam compreender as relações cósmicas do homem com a matéria. A alquimia precedeu no nível objetivo a química e no subjetivo a psicologia. Toda matéria tem sua alma, que é perene. Os corpos, porém, são formas transmutáveis. Acentua que a física moderna, também como a alquimia, admite a transmutação da matéria. A leitura que Jung fez da simbólica alquímica, como projeção de vivências inconscientes pessoais e arquetípicas, trouxe uma compreensão psicológica para o complexo simbolismo alquímico. O autor acentua que o psicólogo moderno deve saber que, em termos científicos, só pode descrever o processo psicológico, uma vez que a natureza real da psique transcende a consciência como um mistério da vida ou da própria matéria.