Carlos Amadeu Botelho Byingotn
Ian Baker faleceu de infarto no dia 10 de junho, na Inglaterra. Deixou Toni, sua esposa, e três filhos. Ele descendia de uma família católica tradicional na Inglaterra, onde os Baker se estabeleceram no século XIII. Moravam, ele e Toni, numa linda mansão repleta de obras de arte e antiguidades, na pequenina cidade de Stafa, às margens do lago de Zurique.
Ian foi um analista muito querido pela comunidade internacional e especialmente pelos colegas da SBPA, que desfrutaram da sua presença e das palestras e workshops que deu no Rio e em São Paulo, nas quatro viagens que fez ao Brasil.
De tipologia sentimento-intuição, tinha um estilo muito afetivo na sua extroversão, que, aliado ao seu senso de humor britânico, impregnava seus workshops sobre mitos. Nesses encontros, ele nos proporcionava um conhecimento erudito e refinado, junto com a vivência simbólica, que articulava com grande empatia. No seu lado introvertido, que poucos conheciam, vivia um misticismo cristão enraizado nas tradições mais antigas da Europa e que ele estudava a fundo.
Recentemente, em nossa correspondência, Ian manifestou o desejo de vir outra vez ao Brasil. Em seu último e-mail, um mês antes de sua morte, mostrou-se muito contente por ter brotado uma flor-de-lis muito linda no jardim que cultivava e mando ume a foto, que agora partilho com vocês.
Dele ficam a lembrança de sua generosa erudição, que tanto partilhou com a SBPA, e as saudades de um amigo.
Carlos Amadeu Botelho Byingotn
Ian Baker faleceu de infarto no dia 10 de junho, na Inglaterra. Deixou Toni, sua esposa, e três filhos. Ele descendia de uma família católica tradicional na Inglaterra, onde os Baker se estabeleceram no século XIII. Moravam, ele e Toni, numa linda mansão repleta de obras de arte e antiguidades, na pequenina cidade de Stafa, às margens do lago de Zurique.
Ian foi um analista muito querido pela comunidade internacional e especialmente pelos colegas da SBPA, que desfrutaram da sua presença e das palestras e workshops que deu no Rio e em São Paulo, nas quatro viagens que fez ao Brasil.
De tipologia sentimento-intuição, tinha um estilo muito afetivo na sua extroversão, que, aliado ao seu senso de humor britânico, impregnava seus workshops sobre mitos. Nesses encontros, ele nos proporcionava um conhecimento erudito e refinado, junto com a vivência simbólica, que articulava com grande empatia. No seu lado introvertido, que poucos conheciam, vivia um misticismo cristão enraizado nas tradições mais antigas da Europa e que ele estudava a fundo.
Recentemente, em nossa correspondência, Ian manifestou o desejo de vir outra vez ao Brasil. Em seu último e-mail, um mês antes de sua morte, mostrou-se muito contente por ter brotado uma flor-de-lis muito linda no jardim que cultivava e mando ume a foto, que agora partilho com vocês. Dele ficam a lembrança de sua generosa erudição, que tanto partilhou com a SBPA, e as saudades de um amigo.
Nairo de Souza Vargas
A partir da visão de ser o casamento um propiciador da individuação, o autor descreve como o casamento está na atualidade e as principais razões que determinaram as grandes transformações pelas quais ele passou. Discute a importante questão das separações e recasamentos e das vicissitudes pelas quais passam cônjuges e filhos nas famílias reconstituídas. Quando existem filhos, aborda nessas famílias reconstituídas a desejável “adoção”, mobilizada inicialmente pelos arquétipos da conjugalidade e portanto sem uma escolha parental. A partir de sua experiência como terapeuta de casais, percebe São Paulo como local de intensa efervescênda conjugal, onde diminuíram os casamentos “de acomodação”.
Ana Lia B. Aufranc
Na primeira metade do século XX houve uma revolução tanto no campo da física como no da psicologia, com o desenvolvimento, de um lado, da física quântica e, de outro, dos conceitos de inconsciente coletivo e de arquétipo por meio da psicologia analítica. A partir de campos tão divergentes, os físicos atômicos e os estudiosos da psique caminharam em direção a uma visão de mundo semelhante. Há, desde então, uma nova percepção da relação entre a psique e a matéria, que se traduz em um novo paradigma da ciência, o qual, no entanto, não pôde ainda ser assimilado pela consciência coletiva. É propósito da autora, neste artigo, colaborar com a elaboração desse novo paradigma que se forma a partir da confluência dessas duas visões, bem como com as suas implicações no que tange à relação entre a psique e a matéria. Compreende a matéria não apenas como a base neurofisiológica individual, mas também com relação à dinâmica da matéria no universo. Considera as conseqüências desse novo paradigma para a prática clínica do analista na atualidade, assim como para nossa inserção no mundo.
Eloisa M. D. Penna
Este artigo pretende discutir o pensamento de C. G. Jung como um paradigma científico no âmbito da ciência moderna e pós-moderna, com destaque para a epistemologia e o método de produção de conhecimento na psicologia analítica. Para tanto são apresenta¬das as principais características do pensa¬mento pós-moderno, sua influência na concepção atual de ciência e os pontos de aproximação entre a psicologia analítica de C. G. Jung e a ciência pós-moderna. Diante dos desafios e dos riscos que a pós-modernidade apresenta, o artigo propõe uma reflexão sobre dois aspectos do paradigma junguiano que devem ser sublinhados. Primeiramente, o caráter construtivo e integrativo do modelo junguiano baseado na noção de uma totalidade implícita e na busca de compreensão do sentido e do significado; em seguida, é destacada a ética do processo de individuação
Carlos Amadeu Botelho Byington
O autor estabelece uma analogia entre a polaridade eras-poder e a polaridade arquétipo matriarcal-arquétipo patriarcal. A partir daí chama a atenção para o desequilíbrio eras e poder que existe na relação adultocriança, a começar pela própria teoria de desenvolvimento psicológico. Descreve a importância do quatérnio primário (pai, mãe, vínculo entre os pais e criança) como a principal fonte estruturante do ego infantil. Argumenta que a ausência do pai e a exclusividade dada à díade mãe-criança na teoria da relação primária traz uma grande distorção para a psicologia do desenvolvimento. Byington argumenta que qualquer símbolo da criança só pode ser corretamente elaborado à luz da interrelação do quatérnio primário, e nunca somente em função das reações da criança. Para terminar, chama a atenção para a elaboração da função sacrificial durante o desenvolvimento da criança e a importância da sua relação com a morte nas reações dos pais.
Nairo de Souza Vargas
A partir da visão de ser o casamento um propiciador da individuação, o autor descreve como o casamento está na atualidade e as principais razões que determinaram as grandes transformações pelas quais ele pas¬sou. Discute a importante questão das sepa¬rações e recasamentos e das vicissitudes pelas quais passam cônjuges e filhos nas fa¬mílias reconstituídas. Quando existem filhos, aborda nessas famílias reconstituídas a dese¬jável “adoção”, mobilizada inicialmente pelos arquétipos da conjugalidade e portanto sem uma escolha parental. A partir de sua expe¬riência como terapeuta de casais, percebe São Paulo como local de intensa efervescên¬da conjugal, onde diminuíram os casamentos “de acomodação”.
Luiz Paulo Grinberg
O autor faz uma revisão das principais etapas de elaboração dos métodos de interpretação desenvolvidos por C. G. ]ung, delineando algumas das premissas epistemológicas de seu pensamento e demarcando o “método junguiano” relativamente a alguns modelos de compreensão e interpretação particularmente, a psicologia compreensiva e a hermenêutica.
Liliana Liviano Wabba
O artigo traz uma revisão do conceito moderno de plasticidade neuronal e cita pesquisas que estão sendo realizadas em neurologia. Apesar de não haver evidências conclusivas laboratoriais a respeito da capacidade de regeneração do cérebro após lesão, há indícios de que ocorre uma reorganização sináptica e que novas células indiferenciadas transformam-se em células neuronais em algumas áreas do cérebro. Essas últimas experiências são laboratoriais. A observação de pacientes hospitalizados e após a hospitalização revela que técnicas de reabilitação que estimulam o aprendizado e que oferecem oportunidade de experimentar novos recursos, particularmente aqueles criativos, como, por exemplo o teatro, trazem melhora ao paciente que sofreu uma lesão cerebral quando acrescidas da reabilitação tradicional. Compreender a psique desses pacientes é fundamental para a neurologia e para a psicologia, a fim de atender às necessidades de reorganização da per¬sonalidade após sua ruptura e a possível inserção social dessas pessoas, freqüentemente isoladas e em estado de vulnerabilidade e dependência.
Vera Lucia Colson Valente
O artigo faz uma rápida reflexão sobre a história da idéia de progresso, evolução e desenvolvimento na modernidade, chamando a atenção para a menor utilização dessas referências hoje pela historiografia. O objetivo deste trabalho é refletir sobre a idéia de desenvolvimento da cultura, encontrada em ]ung, e questionar sua importância como referencial teórico.
Maria Zelia de Alvarenga e David Souza Lima
O texto, de início, apresenta a possibilidade de o material psíquico representar possíveis futuros anunciados. A seguir, apresenta uma proposta de estabelecer correlações entre a psique de uma pessoa com as personalidades dos divinos (escolhidos da mítica grega) e, em função dessas correlações, exprimir as funções da consciência, a estrutura anímica, a sombra e uma estrutura denominada “sabedoria profunda do masculino na mulher e sabedoria profunda do feminino no homem” com esses divinos elencados. Essas estruturas de sabedoria profunda representam recurso inestimável e reclamo explícito da psique para que o cumprimento do processo de individuação aconteça.
Ricardo Alvarenga Hirata
O objetivo deste trabalho é iniciar uma análise do símbolo da natureza e do meio ambiente nas obras completas de C. G. ]ung. Procuramos reconhecê-Ia como o pioneiro da psicologia ambiental, ou da ecopsicologia, e mesmo um dos primeiros pensadores ecológicos da modernidade. Sua grande inovação reside no fato de ter ampliado as raízes do vínculo substancial da ciência mecanicista-cartesiana-positivista a um paradigma de vínculo funcional. Desse modo, abarca de forma indissociável, em suas reflexões, a maI téria e a psique, dentro de uma metodologia empírica dos fenõmenos psicológicos. Abor¬damos aqui os estudos relevantes ao tema realizados entre 1896 e 1912.