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Revista Junguiana 2

Revista Junguiana 2

O conceito de sombra patológica e sua relação com o conceito de mecanismos de defesa dentro de uma teoria psicopatológica simbólica.

Carlos A. B. Byington.

revista junguiana 2O autor, partindo de uma perspectiva símbolo-cêntrica, descreve o conceito de Sombra Patológica em função de símbolos estruturantes que são desviados do Eixo Ego-Arquétipo Central por mecanismos de defesa. Descreve a interação coordenada das estruturas Persona-Ego-Sombra e contesta a necessidade de um split ou de mecanismos de defesa para explicar o desenvolvimento normal. Assinala a existência da assimetria no desenvolvimento simbólico normal e a diferencia da projeção-introjeção. Discrimina a repressão da delimitação, a regressão da introspecção e a repetição criativa da compulsão de repetição. Descreve a diferença psicodinâmica da Sombra Normal e Patológica. Teoriza sobre a psicodinâmica do sacrifício como função psicológica de trocas para explicar a dinâmica geral de transformação da personalidade no lugar exclusivo ocupado hoje pela sublimação. Descreve a natureza arquetípica dos mecanismos de defesa e sua dupla função de exclusão e de propiciamento de ação dos símbolos estruturantes na Sombra Normal e Patológica.

 

Aspectos Psicodinâmicos do Pânico

Glauco Ulson

Este artigo tem por objetivo uma melhor compreensão da psicodinâmica do ataque de pânico em particular e do pânico de uma forma geral. O autor adotou para isso uma abordagem arquetípica, buscando os padrões de herdados comportamentos relacionados com este assunto, assim como sua forma de manifestação na Cultura. Foi escolhido o deus grego Pã como sendo o mais representativo. O simbolismo deste arquétipo foi explorado tanto no seu aspecto positivo como negativo, enfatizando-se a importância de sua integração no processo de individuação. Também procurou-se demonstrar que nesta situação o indivíduo entra em contato com camadas profundas do Inconsciente Coletivo que não estão sendo lidadas adequadamente pelo Ego. Foram dadas algumas sugestões de como ele pode ser lidado na análise.

 

O Enfoque Arquétipo da Transferência

Walter Boechat

A transferência vista em seu contexto histórico dentro do movimento psicanalítico. Gradual evolução da importância dada à contra-transferência como fator terapêutico. A conceituação de uma transferência arquetípica associada a uma compreensão mais profunda da contra-transferência. A contra-transferência sintônica. Material clínico revela a presença de fatores arquetípicos na transferência. A diferença fundamental entre neurose transferencial e transferência arquetípica. A perfeita mutualidade de relação “Eu-Tu” aparece ao final no processo analítico.

 

Psicoterapia e Alquimia

Edward F. Edinger

Reproduzido com permissão de Quadrant – Journal of the C.G.Jung Foundation for Analytical Psychology – vol. 11. New York – NY. Summer 1978, no 1.

 

A Psicose Matriarcal

Carlos A. B. Byington

O autor focaliza a Psicopatologia através do conceito de arquétipo, formulado por Jung, e caracteriza quadros nosológicos a partir do desenvolvimento simbólico da personalidade. Nesse enfoque teórico, o autor descreve uma síndrome psicótica que denomina Psicose Matriarcal, caracterizada como um distúrbio psicótico da função estruturante do Arquétipo da Grande Mãe no desenvolvimento simbólico da personalidade. Exemplifica a Psicose Matriarcal com quatro tipos, o depressivo, o maníaco, o paranóide e o somático, dependendo do predomínio da sintomatologia. Diferencia a Psicose Matriarcal, sobretudo, da Psicose Patriarcal que caracteriza como uma síndrome psicótica da função estruturante do Arquétipo do Pai, que inclui a maioria dos casos de psicose maníaco-depressiva e muitos dos casos situados no grupo das esquizofrenias. Atribui a importância desta diferenciação sobretudo ao tratamento. O autor assinala que a psicoterapia do xamanismo e a psicodinâmica da possessão normal ritualística no Candomblé têm especial valor para o conhecimento do dinamismo matriarcal normal e sua psicopatologia. Finalmente, o autor enfatiza a psicoterapia como via de escolha para a terapia da Psicose Matriarcal e preconiza uma atitude psicoterápica de intimidade física e psicológica do terapeuta, não necessariamente verbal, para empatizar o dinamismo matriarcal, para a qual é imprescindível o conhecimento de técnicas expressivas, sobretudo de imagens e do corpo simbólico.