Revista Junguiana 10 – Humor
O Riso no Coração das Coisas
Helen M. Luke
Artigo publicado originalmente na “Parábola” vol. XII, No 4, 1987, 6-17.
O Riso no Coração das Coisas
Helen M. Luke
Artigo publicado originalmente na “Parábola” vol. XII, No 4, 1987, 6-17.
Iraci Galiás
O artigo discute as vivências da mãe-coruja ao se separar do(a) filho(a) que cresce, bem como ao passar pela menopausa. Enfatiza a proibição cultural às emoções presentes em ambas situações, principalmente às variações de humor. Discute as correlações dessas situações como o mito de Deméter – Perséfone, bem como o papel de Palas Atená.
Camila Pedral Sampaio
Partindo da análise de um fato ocorrido no ano de 1991, quando uma trupe de saltimbancos e mágicos se encarregou dos passageiros de um navio que naufragava, este artigo discute a importância do riso e do cômico como formas alternantes de lidar com a vida. Para representar a posição cômica, introduz uma reflexão sobre a figura do palhaço, afirmando, através desse personagem, a possibilidade de enxergar o mundo de modo diferente, mais móvel, mais intenso e mais imaginativo.
Liliana Liviano Wahba
O mau humor é um estado incontrolável que nos tira de um equilíbrio habitual. Se, por um lado, se associa ao reprimido e mal resolvido em nossa personalidade, ele também abre um novo espaço para que um oculto espírito de sabedoria possa se manifestar. Neste artigo analisa-se, nos contos de fada e desenho animado, o comportamento do Pato Donald e das irmãs mal-humoradas de Cinderela, e o comportamento de dois pacientes, mostrando como atua o mau humor.
Nairo de Souza Vargas
O autor enfatiza o papel importante que, a seu ver, o humor desempenha nas relações humanas em geral, especialmente na conjugal. Defende o ponto de vista de que, sendo o casamento um local privilegiado para as vivências polares da personalidade o humo pode atuar como psicopompo, facilitando a dialética consciente-inconsciente, através das vivências conjugais. Pode evitar também confrontos que poderiam ser destrutivos pela inadequação do momento. Descreve a possibilidade de o humor poder ser usado como defesa, dificultando a interação criativa dos cônjuges. Cita situações clínicas do seu trabalho como terapeuta de casal, ilustrando o quanto o humor é fator importante para um bom casamento.
Augusto Capelo
Neste trabalho pretendemos fazer uma abordagem arquetípica de um tipo de literatura muito comum no Nordeste brasileiro e que possui um imenso conteúdo simbólico. Através do estudo destes símbolos tentaremos ter uma noção do inconsciente coletivo nordestino. Veremos seus principais símbolos, suas inter-relações e os reflexos destes dentro do contexto no qual é criado e vivenciado.
Fernando Cesar R. Cavalheiro
Este artigo questiona o papel normativo da ética, assim como admite seu valor na estruturação da consci6encia coletiva e individual. O lugar da ética é discutido enquanto espaço dado ao acontecimento. Assim, o continente é destacado como espaço relacional, onde todas as possibilidades são bem-vindas e discriminadas ao longo do caminho. Este é o lugar do amor, onde as pessoas que nele se relacionam são os jogadores que transformam seus valores em fichas de um hogo permanentemente ativo, e nunca predeterminado. Desta prática surge a possibilidade de uma nova ética (a posteriori) onde é a relação o que determina uma ética constantemente renovada. Esta nova ética é discutida ao nível da relação anal’ticia nas instituições e nos eventos que envolvem o mundo como, por exemplo, a ecologia.
Dartiu Xavier da Silveira Filho
O artigo esboça uma abordagem arquetípica do fenômeno farmacodependência. O autor destaca a importância dos dois primeiros ciclos arquetípicos – matriarcal e patriarcal – , assim como a tendência da eclosão de condutas toxicomaníacas na adolescência. Abordando os problemas terapêuticos, sobretudo as depend6encias associadas a distúrbios dodinamismo matriarcal, enfatiza a importância do setting transferencial dentro da psicoterapia simbólica. Finalmente, estabelece distinção entre uso patológico e não patológico de drogas com base no significado psicológico profundo da conduta toxicomaníaca de acordo com uma perspectiva simbólica de desenvolvimento da personalidade.
Carlos A. B. Byington
Os padrões arquetípicos da consciência são os protótipos da relação Eu-Outro e neste contexto são analisados a ciência e a democracia. O estudo da democracia na relação com o arquétipo da alteridade e com o racismo é considerado fundamental neste momento de nossa história. Artigo baseado na palestra proferida no Seminário e Forum Nacional: .Democracia e diversidade Humana: Desafio Contemporâneo, salvador, 18 – 21 março, 1992.